sábado, 26 de setembro de 2009

Prefeitura quer TRO - Empresas querem TEO

Daqui a dois meses completa um ano de operação do novo contrato. Pouca coisa mudou depois da última licitação, e o transporte coletivo continua sendo uma pedra no sapato da administração pública.


A Prefeitura de Belo Horizonte pretende implantar o TRO (Transporte Rápido por Ônibus) nos moldes de cidades como Curitiba e Bogotá. O TRO é um sistema que visa maior eficiência e capacidade no transporte coletivo. Para isso são necessárias mais vias excluivas para ônibus, assim como a adoção de uma frota moderna, mais sofisticada e ônibus maiores.


Na contra mão, temos TEO (Transporte "Econômico" por Ônibus). Modelo preterido pelas concessionárias. Esse sistema baseia-se na operação exclusiva de veículos de média capacidade de concepção mecânica e acabamento o mais simples possíveis. Podemos dizer que como "bondes a diesel sobre rodas". O TEO é vantajoso para as concessionárias pelo fato de transportar um grande número de pessoas a baixo custo], garantindo assim uma maior parcela dos lucros. Por outro lado, a comunidade sofre com a superlotação, falta de conforto e ineficiência de um modelo que não consegue mais atender adequadamente a demanda de uma grande cidade.


O regulamento atual já obriga a operação com veículos de motorização traseira em linhas de alta demanda, como os serviçoes troncais e circulares da área central. Contuda as concessionárias vão "driblando" as novas regras remanejando veículos convencionais para essas linhas no intuito de entrar com pedido de susbstituição de frota.


No TEO, quando se queixa de superlotação, o paleativo sempre é "aumentar carros". Com isso, contribui também para aumentar congestionamentos no trânsito, colocando mais veículos em circulação. Porém se pegarmos um exemplo prático de uma linha com incidência frequente de superlotação. Considere um grupo de 10 veículos convencionais compreendidos entre 10,8 e 12,6 metros de comprimento. Substituíndo esses veículos por 10 ônibus padrons de 13,2 metros, já teríamos um aumento considerável na oferta de assentos e área útil dentro dos ônibus sem onerar o trânsito.


Foto: Busscar Ecoss Mercedes Benz OF-1722 - Linha 105 (circular da área central).